terça-feira, 27 de outubro de 2009

Assombro

De repente, concentrado estava eu no sujo teclado de meu computador, quando ouço um barulho forte vindo do teto da casa. Algo que parecia uma louca e desenfreada corrida de alguém buscando escapar do maior dos seus medos. Ou querendo apenas voltar para o conforto de sua rotina. Parei meu trabalho e apurei meu ouvido. Silêncio. Baixo a cabeça para trabalhar novamente e junto vem esse estranho barulho. Parece estar dentro de minha cabeça, aumentando como se dessa vez o telhado não fosse aguentar! São coisas da minha imaginação. Tem que ser. De que adiantaria levantar e olhar? Está lá fora de qualquer forma. E não creio que se jogaria para dentro de casa, arrebentando a vidraça, ou abrindo um rombo no telhado. Devem ser ratos!!! Pensamento sem convicção. Aqui não há ratos. Nunca houve pelo menos. Talvez um banho irá resolver. São frutos do cansaço esses ruídos. Do banheiro ainda os ouço, ora distantes, ora perto como se esses passos estivessem agora sobre minha cabeça. Batem pesado nas telhas. Saio do banheiro. Saio de casa. Olhando para o telhado me sinto em um filme de suspense, daqueles que, quando telespectador, me zango com o personagem. Por que saiu? Não sabe que corre perigo? Entre e feche logo a porta seu otário. Primeiro fixo o olhar para cima. Uma lua preguiçosa escapa por entre ralas nuvens. Entre!!! Saia daí!!! Agora esses conselhos imaginários são as únicas vozes em minha mente. Nada de passos no telhado. Nada de correria ou perseguição. Entro e fecho a porta rapidamente. Pra me sentir no filme. Apenas mais uma sessão ilusória! Sei que estão aqui. Apenas dentro de minha cabeça. E agora também soltos nessa fantástica teia de ilusões.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009