terça-feira, 22 de setembro de 2009

Mastigando a história: Reinventando a revolução

O Karl Marx ( do Scliar), depois de enfrentar uma recessão digna da crise de 29, resolveu pegar o Lula pelo colarinho (em um final de semana) e mostrar-lhe com quantas ondas se faz uma marolinha. Dez da manhã, sábado (desconstruíndo a história oficial), lá vai Marx, cabeça raspada e barba devidamente aparada procurar Luiznácio na Granja do Torto. Estava até disposto a cobrar passagem desde o Rio Grande do Sul. Meia hora de taxi e 35 reais depois, lá estava ele, parado na entrada da Granja, frente a frente com Raimundo. Um tipo graúdo, semblante fechado como baú de solteirona.
- Bom dia, o chefe está?
- Quem?
- O ora mandatário.
- Quem?
- O ex-proletário.
- Hein?
- O barbudinho.
- Ah... O Palocci... Ele não trabalha mais aqui.
- Tô falando do manda-chuva.
- Dona Dilma?
- Escute aqui rapaz, que o homem seja blindado tudo bem. Mas não torra minha paciência. Chama logo o Lula.
- Moço... Por que não disse antes.
- Humpf.
- São amigos?
- Mais ou menos. Já lutamos juntos contra e a favor de ditaduras.
- Vocês sindicalistas são estranhos.
- Eu não sou sindicalista! Sou filósofo. Ou era.
- Igual o FHC?
- Não! O FHC é sociólogo. Ou era.
- O senhor é gaúcho?
- Não. Sou alemão.
- Igual o do Bigue Broder?
- Não. O Orwell era inglês. Ou indiano. Só sei que era socialista.
- Eita. Cara importante. Não me admira ter ido parar na televisão.
- Hã?
- Mas olha moço, não dá pra chamar o Presidente agora não.
- Por que?
- Tá fazendo um churrasco com um pessoal franceis, lá de Paris.
- O que? Quem é?
- Não sei. Um nome esquisito. E um povo mais ainda.
- Por acaso não é Rousseau?
- Não Dona Dilma não tá aí não. E depois acho que ela nem estrangeira.
- Puta que o pariu. Que Dilma que nada.
- Mas agora o moço me dá licença, volta mais tarde. Eu preciso botar mais carvão na churrasqueira nova de vidro que o presidente comprou.
- Ei rapaz!!! Volta aqui!!! Chama o Lula!!!
- Não dá!!! Volta outra hora. Mas eu falo pra ele que o Senhor veio visitar.
- Ei...
Mas já era tarde. Raimundo foi pra churrasqueira. O churrasco do Lula pra história e Marx, com fome, de volta pra casa pensando que poderia ter encontrado dois colegas de luta e passado uma agradável tarde regada a churrasco, caipirinha e filosofia.

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quinta-feira, 17 de setembro de 2009